Neurocirurgia Geral

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A Neurocirurgia é uma especialidade médica que se ocupa do tratamento de adultos e crianças portadores de doenças do sistema nervoso central e periférico.
No Brasil, após o término regular do curso de Medicina de seis anos, é necessário fazer uma residência médica que compreende mais 5 anos de estudos com prática clínica e cirúrgica, para que se possa ser neurocirurgião. O programa oficial de Residência Médica é definido pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB) e Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN). Ao final disso, o neurocirurgião costuma ainda adquirir mais conhecimento e se dedicar a uma área mais especifica dentro da neurocirurgia, conhecida como uma “subespecialidade”, sendo estas muitas vezes alcançadas fora do Brasil.
Existem diversas subespecialidades dentro da Neurocirurgia, mas o profissional com formação adequada está apto a atuar em todas as áreas assim que termina seu treinamento. As diversas subdivisões são: coluna, base de crânio, vascular, neurointesivismo, neurocirurgia pediátrica, nervos periféricos, base de crânio, neurocirurgia funcional/dor.

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À primeira vista, o neurocirurgião é visto como um médico especializado no tratamento das “doenças do cérebro” através de cirurgia. Mas isto não é uma verdade absoluta! O neurocirurgião atua no tratamento de diversas doenças em todo o sistema nervoso e nas estruturas que o compõem, ou seja, não só em doenças que acometem o cérebro, mas também as da medula espinhal, dos nervos periféricos e ainda do crânio e da coluna.
Em termos gerais, e como curiosidade, cerca de 60 a 80% do tempo de um neurocirurgião geral envolve as doenças da coluna vertebral. Entre estas doenças, as mais comuns são as famosas “hérnias de disco lombares e cervicais”, as doenças degenerativas como as “estenoses de canal e forames”, doenças traumáticas como “fraturas da coluna”, as deformidades da coluna como as “escolioses”, as doenças oncológicas que comprimem e causam dor na medula espinhal ou dos nervos que dela saem, apenas para citar as mais comuns...
O neurocirurgião atua em nervos periféricos, em várias partes do corpo, como por exemplo compressão do nervo mediano em nível do punho, conhecida como “Síndrome do Túnel do Carpo”, condição esta extremamente comum.


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Outra área para a qual o neurocirurgião é muito procurado envolve os quadros de Dor. Entre as principais estão as dores lombares (lombalgias), as dores cervicais (cervicalgias), dores irradiadas para membros superiores (braquialgias) e a famosa dor do ciático, que irradia para a perna. No entanto, alguns outros quadros dolorosos, como pacientes com neuropatias agudas e crônicas, sendo muito comum a “Neuralgia do Trigêmio”; ou ainda pacientes com câncer (dor oncológica) ...
Além disso, a neurocirurgia trata das patologias do crânio e do cérebro, dentre elas as oncológicas como os diversos tumores cerebrais; e as vasculares, como os aneurismas cerebrais.
Algumas das doenças neurológicas requerem cirurgias que estão entre as mais complexas da medicina, como as cirurgias para o tratamento de distúrbios de movimento, como na Doença de Parkinson; cirurgia para Epilepsia e Dor Crônica, conhecidas como neuromodulatórias.
O neurocirurgião costuma atender pacientes de todas as idades. Pode ser desde antes do nascimento, como por exemplo em mães com diagnostico durante a gestação de doenças congênitas, como as mielomeningoceles, cujo tratamento atualmente por ser intrauterino. Mas pode ser até o fim da vida, como numa dor crônica...
Muito neurocirurgiões se dedicam apenas as crianças, como as portadoras de “Hidrocefalia” ou mesmo de uma “Craniossinostose”.

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A maioria das pessoas imagina que o neurocirurgião passa o tempo todo realizando aquelas cirurgias extremamente complexas que mencionamos acima, e embora também seja verdade, boa parte do tempo é dedicada ao acompanhamento dos pacientes e ao domínio do tratamento não cirúrgico, também conhecido como conservador. Nesta modalidade de tratamento, a capacidade de realizar o diagnóstico preciso e decidir junto ao paciente se a cirurgia é ou não a melhor opção para cada caso é de extrema importância, afinal, grande parte das doenças pode não precisar de tratamento num primeiro momento, ou eventualmente com tratamento adequado, este pode ser evitado em alguns casos. A capacidade de interagir com outros especialistas, como fisiatras, neurologistas, ortopedistas, oncologistas, pediatras, radiologistas… é muito importante, principalmente no tratamento conservador.
Finalmente, muitos procedimentos são realizados de forma programada, mas considerando a fragilidade do sistema nervoso, diversas cirurgias têm que ser realizadas com urgência, tanto para doenças do cérebro quanto da coluna. Alguns exemplos são os casos de trauma, tumores com aumento da pressão intracraniana, fraturas de coluna ou hérnias de disco com risco de paralisia. A disponibilidade que é necessária do neurocirurgião para estes casos deve ser quase que imediata, portanto tenha paciência quando em alguns casos for difícil encontrar o seu neurocirurgião, pode ser que ele esteja em uma destas emergências, e com certeza estará pronto para você se isto for necessário (embora eu torça que nunca venha a ser.

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Em resumo o neurocirurgião avalia o sistema nervoso e as estruturas que os envolvem como um todo. O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico e o neurocirurgião será o melhor profissional para ajudar a indicar e decidir por estas modalidades, não importa se estivermos falando de um acidente, um câncer cerebral, uma dor lombar crônica ou uma hérnia de disco.
Em uma consulta, em geral serão fornecidas informações sobre:
- se há indicação ou não de cirurgia.
- possível descrição da história natural da doença (como a doença se apresentará caso não for instituído um tratamento).
- outros tratamentos disponíveis além de uma cirurgia.
- possíveis vantagens e desvantagens de outros tratamentos além da cirurgia.
- explicações sobre as técnicas cirúrgicas existentes, suas vantagens e desvantagens de cada uma delas.
- riscos cirúrgicos.
- expectativas relacionadas a recuperação pós-operatória.
- cuidados peri e pós-operatórios a serem tomados.
- orçamentos e custos da cirurgia.
- outras eventuais dúvidas relacionadas aos tratamentos existentes.