Tratamento da Dor Cervical e Hérnia de Disco

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A hérnia de disco cervical é geralmente causada pelo processo do envelhecimento (costuma afetar pessoas dos 30 aos 60 anos de idade) e se deve ao “desgaste ou deslocamento” do disco intervertebral na região cervical, que é uma estrutura entre as vertebras que absorve o impacto da movimentação do pescoço.
A formação da hérnia de disco cervical provoca um processo “inflamatório agudo”, que geralmente causa dor intensa das regiões do pescoço e da nuca, além da sensação de torcicolos/contraturas e dificuldade de movimentar o pescoço.
Ela pode atingir e comprimir ainda as raízes nervosas (“radiculopatias”) e a medula espinhal (“mielopatia”), onde a pessoa passa ter também dores irradiadas para os membros superiores, podendo até ter dificuldade de movimentação e até experimentar fraqueza (perda de força muscular) e sensações de dormências/formigamentos nos ombros, braços, mãos e dedos, que chamamos de parestesias.


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O diagnóstico de uma hérnia de disco começa com um exame físico da coluna cervical e extremidades superiores.
Além disso, é bem possível que haja a necessidade de exames radiográficos (como por exemplo uma radiografia da coluna cervical) e uma Ressonância Magnética (RM) da Coluna Cervical.

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Na grande maioria dos casos o tratamento da hérnia de disco não é invasivo, uma vez que é realizado por meio de Fisioterapia/Reabilitação Física e uso de medicamentos, como os tradicionais analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares. Alguns casos exigem medicações para dor mais intensa (como os famosos opioides) e medicações para a dor mielo-neuropática.
Apenas em casos mais raros, em que o paciente não experimenta melhora com medicamentos e fisioterapia, a cirurgia para a hérnia de disco poderá indicada.


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Quando a cirurgia estará indicada?

De modo geral, quando os “métodos conservadores” não trazem resultados satisfatórios, principalmente após algumas semanas de refratariedade, pode ser indicado o tratamento cirúrgico. Além disso, costuma ser indicada na vigência de um “déficit sensitivo-motor”, ou seja, quando há perda de força e alterações da sensibilidade.

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Quais são os principais tipos de cirurgias?

1. Descompressão de Canal e Forames Cervicais com Artrodese da Coluna Cervical

As cirurgias da coluna cervical servem para o tratamento de dores cervicais/nucais ou dores irradiadas para membros superiores intratáveis clinicamente, e/ou que determinam perda da função neurológica (“por exemplo perda de força em membros superiores”), secundárias diversas condições, mas principalmente devido as hérnias de disco da coluna cervical.
Diversas técnicas podem ser utilizadas, mas na maioria delas com uso de microscópio cirúrgico para dar mais segurança ao cirurgião durante o trabalho em áreas extremamente nobres.
A cirurgia de “Descompressão do Canal e Forames com Artrodese Cervical via Anterior” ainda é a técnica mais clássica ou padrão ouro” para descompressão cervical de hérnias de disco, na qual microscopicamente retiramos o disco cervical doente (“descomprimindo as estruturaras nervosas”) e “colocamos espaçadores entre as vértebras”, promovendo a “artrodese ou fusão vertebral”.
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2. Artroplastia da Coluna Cervical:

A Artroplastia cervical é a técnica de cirurgia da coluna cervical que consiste na “substituição disco intervertebral cervical” por uma “prótese discal”.
O procedimento pode ser realizado em mais de um nível vertebral ou até pode ser feita uma cirurgia híbrida, ou seja, combinamos a colocação do disco cervical em um nível com a artrodese para diminuir o estresse.
A prótese de disco cervical é usada para manter o movimento das articulações. Permite movimentos de flexão, extensão, inclinação lateral e rotação. A preservação de algum grau de movimento na articulação afetada tem a vantagem de levar a menos estresse nas articulações vizinhas, minimizando o risco de novas lesões no futuro.
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A artroplastia é uma nova tecnologia promissora, utilizada na última década, que diminui a incidência de degeneração segmentar adjacente (“menos estresse nos discos acima e abaixo do nível operado”), preservando o movimento fisiológico, diminuindo a morbidade perioperatória e permitindo um retorno precoce às atividades.
É realizada com anestesia geral, através de pequena incisão na região anterior do pescoço, onde o disco afetado é removido e substituído pelo disco artificial.

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Existem indicações precisas para a realização deste procedimento, mas genericamente é indicada para pacientes sintomáticos mais jovens e com degeneração discal restrita apenas a um ou dois níveis cervicais e sem “artrose facetaria significativa”. A presença de grandes deformidades na coluna, ou a presença de artrose na articulação, são contraindicações para a colocação de uma prótese.