Cirurgia de Implante de 
Neuroestimulador Medular

Avaliação Neurocirúrgica

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A técnica de neuroestimulação medular consiste em implantar um dispositivo conhecido como neuroestimulador em determinadas regiões da coluna, e que cujos estímulos sobre a medula espinhal podem ajudar a interromper os sinais de dor transmitidos da medula para o cérebro e também melhorar as vias de controle inibitório descendente da dor. Ou seja, visa ativação das vias supressoras da dor e o bloqueio eletrofisiológico da recepção do estímulo de dor.
É um tratamento comprovadamente seguro e eficaz para controle de várias condições de dor crônica, inclusive para casos de SDRC.

O sistema consiste de um eletródio (“eletrodo”), este implantado sobre o saco dural dentro do canal medular, que é ligado por cabos (“conectores”) a um dispositivo semelhante a um marca-passo (“um gerador”), que entrega estímulos leves sobre a medula que bloqueiam os impulsos de dor que seriam transmitidos ao cérebro. O local exato do implante do eletródio depende da região que se deseja estimular. Por exemplo, caso os sintomas sejam em membros inferiores, o alvo é a medula torácica; se os sintomas forem em membros superiores ou tronco, o alvo é a medula cervical.
Há várias formas de programar o aparelho. Como regra, uma vez implantado e ligado, o paciente refere uma sensação agradável, que lembra o TENS (métodos muito utilizados na fisioterapia analgésica) e que inibe a dor. Existem atualmente métodos de estimulação medular que funcionam sem que o paciente sinta ou perceba seu funcionamento, como a estimulação em salvas (BurstDR).

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Existem vários modelos e empresas. As três marcas de Estimuladores Medulares disponíveis no Brasil são: Medtronic (EUA); Abbott - St. Jude Medical (EUA) e Boston Scientific (EUA). 
Os eletródios podem ter diversos tamanhos e formas. Há habitualmente dois tipos de acessos cirúrgicos para a implantação, cada um com suas vantagens e desvantagens. Eletrodos cilíndricos podem ser aplicados através da pele (método percutâneo), com anestesia local, porém as complicações com esta técnica são mais frequentes: migração do eletrodo, dificuldade de implantação em pacientes com artrose da coluna e necessidade de reposição. Os eletródios em placa apresentam a facilidade de colocação através de pequena cirurgia realizada com anestesia geral, de forma minimamente invasiva (método eletrodo cirúrgico), maior estabilidade e a possibilidade de estimular áreas mais específicas. Os eletrodos cilíndricos induzem campos elétricos multidirecionais, o que os torna menos eficiente, pois podem estimular estruturas que não são o alvo do tratamento. Os eletrodos em placa geram campos unidirecionais, que são mais eficientes e minimizam a estimulação de estruturas não desejadas, incluindo as fibras dolorosas e o ligamento amarelo. Como regra, no método cirúrgico, o procedimento costuma ser simples: dura menos de 60 minutos e é realizada com anestesia geral, a incisão é realizada sobre a coluna e tem aproximadamente 4- 5 cm.
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Os sistemas mais modernos são geralmente recarregáveis e recarregados a cada 1-2 semanas; e a bateria dura em torno de 6-9 anos, precisando ser trocada após este período. Esses sistemas possuem a vantagem de maior longevidade do aparelho, possibilidade de acionamento de vários contatos (“os polos do eletródio que estão em contato com a medula”), de poder utilizar vários programas e modos de estimulação, possibilidade de utilização de mais energia e de terapêuticas mais amplas, maior potencial de aliviar a dor e de participação do paciente no controle de sua dor. Muitos sistemas atuais podem ser compatíveis com a Ressonância magnética.
De acordo com a literatura, o índice de melhora significativa da dor ocorre em 50 a 70% dos pacientes corretamente selecionados e submetidos a esta técnica. Considerando que estes pacientes não haviam melhorado satisfatoriamente com nenhum outro tipo de tratamento anterior, pode-se dizer que a neuroestimulação medular apresenta alto índice de resolubilidade.
Seus principais benefícios:
- Redução significativa e duradoura da dor;
- Melhora na capacidade da realização de atividades diárias;
- Redução do uso de medicações para dor;
- O tratamento é reversível e não causa lesão de estruturas neurológicas (podendo o dispositivo ser desligado ou removido se necessário);
- O paciente recebe uma espécie de “controle remoto” e pode ajustar a intensidade do estímulo de acordo com a sua dor (este aumento de estímulo é seguro, pois é previamente ajustado pelo médico assistente).
- Não impede que outros tipos de tratamento para dor possam ser feitos concomitantemente, se requeridos.